Conforme previsto, foi realizado no dia 20 de setembro 2019, na Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, o Seminário de Queijos Artesanais e a Premiação do V Prêmio Queijo Brasil. O evento foi bastante concorrido e um sucesso.
Após a abertura do evento, que contou com a presença de autoridades locais, representante do MAPA, da ComerQueijo e outras instituições, teve início a primeira palestra sobre “Agricultura familiar e desenvolvimento rural sustentável”, ministrada pela Professora Doutora Luciana Fariña (UNIOESTE/PR). Segundo a palestrante, “para trabalhar com queijos artesanais tem que ter AMOR. O queijo artesanal significa: Leite cru, Família e Agricultura familiar”.
A segunda palestra foi sobre “Patrimônio imaterial de produtos artesanais”, ministrada pela doutoranda da UNICAMP/SP, Belisa Gaudereto.
A terceira palestra ministrada pela Professora Doutora Maria José Hotzel (UFSC/SC) abordou um tema muito interessante “Influência do bem-estar animal na qualidade do leite”.
Dentre as coisas interessantes ditas pela palestrante, devemos destacar: 1) Água à vontade para vacas leiteiras aumenta a produção de leite em até 10%; Bovinos consumem mais água num bebedouro do que num açude. As vacas bebem mais em bebedouros GRANDES. 2) A “manqueira” é uma enfermidade que compromete a locomoção do animal, resultante de doenças e/ou condições dolorosas nas costas, pernas e pés”. A média de manqueira em vacas leiteiras por propriedades em 31 estudos realizados em diversos países foi de 30%. 3) A mastite é uma inflamação da glândula mamária, que causa rubor, tumor, calor e dor. A DOR é um dos maiores problemas de bem-estar animal. Em síntese, estes fatores interferem no bem-estar animal e na qualidade do leite, finalizou a Dra. Maria José Hotzel.
No período da tarde, o evento foi destinado à discussão sobre a sanidade da produção dos queijos. A primeira a falar foi a médica veterinária Karina Baumgarten, coordenadora do Programa de Erradicação de Brucelose e Tuberculose Animal de Santa Catarina (SC). Ela abordou a preocupação dos órgãos nacional e estaduais com o controle destas duas doenças e disse que em SC existe uma rigorosa fiscalização feita pela Cidasc, que conta com 300 médicos veterinários habilitados e realizou mais de 200 mil exames no ano 2018.
Em seguida, o médico veterinário Michel Assis, do MAPA, ministrou palestra sobre os procedimentos de inspeção em empresas de pequeno porte. Ele defendeu a importância do Sisbi (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal).
Encerrando as palestras, a consultora em laticínios Michelle Carvalho abordou o tema “Comprovação de inocuidade em queijos artesanais” e defendeu a produção de queijos coloniais, destacando a preocupação que os produtores devem ter com a saúde dos animais, qualidade da água, boas práticas de fabricação e agropecuária e comprovação de segurança microbiológica.
Michelle também elogiou o apoio que o prefeito de Major Gercino, Valmor Pedro Kammers, vem dando aos produtores de queijo Diamante, destacando sua interação e interesse em prestigiar todos os eventos realizados em prol desta produção no município de Major Gercino.
Finalmente, foram anunciados os ganhadores do V Prêmio Queijo Brasil, com medalhas ouro, prata e bronze. Nesta edição participaram 718 queijos de todas as regiões do Brasil e foram julgados por 32 jurados em dois dias de intenso trabalho. Os grandes vencedores foram os queijos artesanais de Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. O estado do Ceará obteve uma medalha de bronze para o queijo Coalho artesanal da Queijaria do Ton, localizada em Jaguaribe-CE.