Este foi o tema da palestra magna proferida pelo renomado Rodrigo Sant’Anna Alvim, na abertura do XIV ENEL – Encontro Nordestino do setor de Leite e Derivados, realizado no dia 11/09/2018, em Maceió, Alagoas.
Antes da palestra magna foi realizado o lançamento do livro “Queijo Coalho Artesanal do Nordeste do Brasil“, pelo professor e Doutor e especialista em leite e derivados, José Fernando Mourão Cavalcante, da Universidade Estadual do Ceará para os produtores e público presentes na solenidade de abertura .
O livro mostra a importância do queijo Coalho artesanal, que representa a cultura, tradição, história e a gastronomia da Região Nordeste. Por isso, ele foi escrito a várias mãos. Cada capítulo foi escrito por especialistas dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. No que concerne ao estado de Alagoas (Capítulo 7), por exemplo, foi escrito pela professora Ariadne Aguiar Vitório Mendonça, do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), e traz como tema “Queijo de coalho artesanal no estado de Alagoas: do puxadinho da casa do queijeiro ao laticínio”. O prof. Fernando Mourão destacou o excelente trabalho da profa. Ariadne Aguiar que mostra “a evolução dos espaços físicos das queijarias em Alagoas”. Finalizando, o prof. Fernando Mourão agradeceu a oportunidade e convidou os presentes para passar no estande do SEBRAE-AL para conhecer o livro.
Dando continuidade à noite de abertura, o evento contou com a palestra magna Cenários e Perspectivas para a Produção de Leite no Brasil, ministrada por Rodrigo Sant’Anna Alvim, engenheiro agrônomo e presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Na oportunidade, o palestrante frisou a importância do uso das novas tecnologias nesse segmento, que continua ganhando força. Sabendo disso, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), vem atuando com novas estratégias para ampliar as ações de assistência técnica e gerencial aos produtores.
“Cada vez mais, nós chegamos à conclusão de que não há como fazer pecuária de leite, ou qualquer outro tipo de produção no meio rural, sem o uso de novas tecnologias. Mas, sobretudo, a pecuária de leite não pode deixar de ter a assistência técnica. Não dá para produzir mais leite no Brasil da mesma forma que se produzia há 30-50 anos atrás. Não podemos mais continuar assim…. O desafio é muito grande e é preciso inovar no setor leiteiro”, defendeu Rodrigo.
Ainda em sua palestra, Rodrigo mostrou que o Brasil é o quarto maior produtor de leite do mundo e tem vocação para essa produção devido às condições climáticas favoráveis. “As perspectivas para a produção de leite no Brasil são muito boas, mas é preciso saber também que devemos fazer o dever de casa e enfrentar alguns desafios”, alertou.
Em sua fala, Rodrigo Alvim afirmou que “acredita na pecuária nordestina e a região Nordeste tem tudo para ser grande produtora de leite. O que falta é implantação de novas tecnologias, frisou. “Vaca não gosta de chuva no lombo. Vaca gosta é de boa alimentação”, ressaltou o palestrante. “Nos Estados Unidos da América (EUA), mas precisamente no Vale do São Joaquim é onde se produz mais leite nos EUA. Lá a temperatura chega aos 45 graus Celsius durante o dia e à noite a temperatura cai. Rodrigo Alvim citou ainda o exemplo de Israel que produz grande quantidade de leite no deserto”. Portanto, o Nordeste pode se tornar uma grande região produtora de leite.